Entidade ligada ao setor de apostas diz que Haddad “minimiza a categoria” e cobra respeito institucional
Após declarações polêmicas, Instituto Brasileiro de Jogo Responsável sai em defesa das empresas e profissionais do setor de apostas no país
As falas recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o mercado de apostas online continuam gerando reações intensas no setor. Em nota oficial, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) afirmou que o ministro “minimiza a categoria” ao classificar as apostas como uma “praga” durante entrevista à imprensa.
A entidade, que representa algumas das principais empresas do setor no Brasil, como Bet365, Betano, Rei do Pitaco, entre outras, reagiu com firmeza. Segundo o IBJR, a declaração desconsidera o esforço que operadores, reguladores e profissionais têm feito para construir um mercado legal, transparente e responsável no país.
“O comentário ignora os avanços recentes da regulamentação e o papel relevante que as apostas legais exercem na economia nacional”, pontuou a nota. O instituto reforçou que o setor já gera milhares de empregos diretos e indiretos, movimenta bilhões em investimentos e está comprometido com ações de jogo responsável e proteção ao consumidor.
Além disso, o IBJR ressaltou que os próprios esforços do governo para criar um marco regulatório, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF), podem ser esvaziados se declarações como essa continuarem a circular. “É essencial que membros do alto escalão respeitem a atuação técnica das instituições que fazem parte da estrutura do próprio Ministério da Fazenda”, afirma o texto.
A crítica também aponta para a necessidade de segurança jurídica e estabilidade institucional, elementos fundamentais para atrair investimentos e garantir a confiança dos operadores internacionais. “O setor de apostas online não é um problema a ser combatido, mas uma indústria a ser regulada com responsabilidade”, completou a entidade.
A fala de Haddad foi feita em 23 de julho, durante evento no Palácio do Planalto, e desde então tem sido alvo de notas públicas e críticas por parte de entidades que atuam diretamente na construção do ambiente regulatório das apostas no Brasil.
Com a regulamentação em curso e a expectativa de consolidação do mercado nos próximos meses, o episódio revela uma tensão entre discurso político e realidade técnica. Para os profissionais do setor, o recado é claro: mais do que palavras, o mercado precisa de respeito, clareza e compromisso com o jogo limpo dentro e fora das plataformas.
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