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Governo prepara ferramenta para apostadores excluírem todas as contas de bets de uma só vez

O Ministério da Fazenda está desenvolvendo um sistema que permitirá aos brasileiros excluir, de uma só vez, todas as contas abertas em sites de apostas esportivas e jogos on-line. A medida integra o esforço do governo para reduzir os impactos das apostas na saúde da população e foi revelada em reportagem do Globo Online.

Hoje, cada casa de apostas regularizada já oferece a opção de autoexclusão em seu próprio site. A novidade é centralizar esse recurso em uma única ferramenta, o que dará ao apostador a possibilidade de encerrar simultaneamente contas em diferentes plataformas. Além disso, quem optar pelo desligamento também deixará de receber propagandas relacionadas a bets.

O projeto é fruto de um grupo de trabalho que reúne os ministérios da Fazenda, Saúde, Esporte e a Secretaria de Comunicação. A iniciativa acompanha o crescimento do setor no país: apenas no primeiro semestre de 2025, 17,7 milhões de pessoas acessaram plataformas autorizadas, que juntas movimentaram R$ 17,4 bilhões em receita bruta. No mesmo período, mais de 15,4 mil páginas de sites ilegais foram retiradas do ar.

O Ministério da Saúde deve anunciar investimentos na formação de profissionais do SUS para atendimento especializado em ludopatia, o vício em jogos e apostas. Já o Ministério do Esporte prepara um programa voltado a atletas, com orientações sobre manipulação de resultados e os riscos de envolvimento com apostas ao longo da carreira.

O avanço da regulação acompanha um cenário em que as apostas se popularizam rapidamente. De acordo com pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec, 16,6% dos torcedores brasileiros já apostaram em partidas de futebol. Liberado no país desde 2018, o mercado de jogos on-line e apostas esportivas foi regulamentado pelo Congresso em 2023 e segue em franca expansão.

Resta agora saber se a criação de um sistema único de autoexclusão será suficiente para conter os efeitos sociais das apostas — ou se será apenas o primeiro passo de uma política mais ampla para enfrentar os desafios desse mercado em ascensão.

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