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Apostas de quota fixa impulsionam nova economia brasileira e movimentam bilhões em 2025

Setor já soma R$ 7,5 bilhões em investimentos, gera milhares de empregos qualificados e se consolida como principal patrocinador do futebol nacional

O mercado regulado de apostas esportivas de quota fixa, oficializado em janeiro de 2025, tornou-se um dos motores mais dinâmicos da economia brasileira. Um levantamento realizado pela LCA Consultores Econômicos e pela Cruz Consulting, a pedido do IBJR e da ANJL, revela que o setor já acumula R$ 7,5 bilhões em capital próprio investido, segundo dados da Receita Federal. O impacto desse valor vai muito além do segmento: o efeito multiplicador pode gerar até R$ 28 bilhões em demanda adicional em outros setores produtivos.

O estudo aponta que 2025 deve registrar R$ 36 bilhões em faturamento apenas das operadoras do mercado formal, além da criação de 10 mil empregos diretos e 5,5 mil indiretos. O setor triplicou o número de vínculos formais desde a aprovação da Lei nº 14.790/23, destacando-se pela alta qualificação de sua força de trabalho. De acordo com dados da Rais, 65% dos profissionais têm ensino superior completo ou incompleto, e 47% atuam em funções técnicas ou especializadas. A remuneração também se destaca: o salário médio é de R$ 7 mil, mais que o dobro da média nacional.

O estudo mostra ainda que os empregos diretos geram uma massa salarial anual de R$ 460 milhões, além de R$ 87 milhões em encargos sociais destinados à proteção social. Com o efeito multiplicador estimado pela LCA, cada R$ 1 de renda gerada no setor pode se transformar em até R$ 2,21 na economia nacional, somando impactos diretos, indiretos e induzidos.

A regulamentação também estimulou a criação de 67 novas ocupações formais, impulsionadas pela complexidade tecnológica e gerencial do setor. Entre as funções mais demandadas estão desenvolvedores de sistemas, designers de produto, analistas de pesquisa e profissionais de risco.

Para André Gelfi, diretor conselheiro e cofundador do IBJR, o mercado regulado inaugura “um novo ciclo de oportunidades”, conectando investimentos, empregos e contribuição social a um setor tecnológico e de alto valor agregado.

Bilhões em arrecadação e impacto direto na sociedade

Até o fim de 2025, a arrecadação total do setor deve atingir R$ 9 bilhões, incluindo tributos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS e a contribuição de 12% sobre o faturamento bruto. Esses recursos têm destinação obrigatória a áreas sociais e equivalem, por exemplo, ao financiamento anual de mais de 5 mil policiais, 7,4 mil professores do ensino básico e 23 unidades básicas de saúde.

Para Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL, os números evidenciam resultados concretos: impostos, investimentos e empregos qualificados reforçam a importância de um mercado regulado e operando dentro das regras.

Futebol: o maior aliado do setor de apostas

O estudo destaca que o setor de apostas se consolidou como o maior patrocinador do futebol brasileiro. Em 2025, 18 dos 20 clubes da Série A têm casas de apostas como patrocinadoras master, o que representa R$ 1,1 bilhão por temporada. Esse montante equivale a cinco títulos de Libertadores, oito de Copa do Brasil ou 23 Campeonatos Brasileiros — uma comparação que evidencia o peso desses contratos.

Os clubes da primeira divisão recebem, em média, 2,6 vezes mais em patrocínios de operadores de apostas do que em premiações esportivas. Sem esses contratos, seria necessário um desempenho esportivo excepcional para manter o planejamento financeiro.

Gelfi reforça: “O mercado ilegal, que não paga impostos nem apoia o esporte, é o verdadeiro risco para o futuro do jogo”.

Regulação, segurança e o futuro do setor

A regulamentação trouxe avanços em licenciamento, rastreabilidade de pagamentos, identificação facial e mecanismos de jogo responsável. A continuidade dessas medidas, incluindo fornecedores, meios de pagamento e regras de publicidade, é essencial para consolidar um mercado seguro, competitivo e capaz de enfrentar o jogo ilegal — que ainda representa cerca de 50% das apostas no país.

Segundo Lemos, o avanço regulatório garante previsibilidade, segurança jurídica e confiança, pilares fundamentais para atrair novos operadores e proteger consumidores.

Um setor que redefine economia, esporte e tecnologia

Com investimentos robustos, geração de empregos qualificados, bilhões em arrecadação e participação decisiva no futebol, o mercado de apostas de quota fixa assume posição estratégica no novo cenário econômico brasileiro. À medida que a regulação se fortalece e o setor amadurece, a discussão sobre seu impacto e seu futuro tende a se intensificar.

Resta saber: como esse crescimento vai transformar ainda mais a economia, o esporte e os hábitos do consumidor brasileiro nos próximos anos?

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