Apostas em alta: novo estudo revela evolução e maior maturidade do apostador brasileiro
Uma nova análise da Beanalytic mostra que o mercado brasileiro de apostas e iGaming vive uma fase de transformação: microtransações cresceram 24%, o tempo médio de uso das plataformas aumentou 16% e a confiança nas marcas avançou 9%. O setor se consolida com público mais consciente, regulado e integrado à experiência esportiva.
O mercado brasileiro de apostas e iGaming entrou em um novo ciclo de amadurecimento. Essa é a conclusão de uma análise conduzida pela Beanalytic, empresa especializada em inteligência de dados para o setor. Segundo o estudo, o comportamento do apostador no país está mais estratégico, recorrente e conectado ao entretenimento esportivo e não apenas ao lucro.
Os dados revelam três movimentos centrais que explicam essa fase. O primeiro é o crescimento de 24% nas microtransações, acompanhado por apostas menores, mais segmentadas e realizadas com maior frequência. O segundo é o aumento de 16% no tempo médio de uso das plataformas, indicando um público mais engajado ao longo do dia. O terceiro é o fortalecimento da confiança nas marcas, com retenção 9% maior em relação a 2024.
Para Daniel Luz, CEO da Beanalytic, essa evolução mostra um usuário mais presente e mais responsável:
“O apostador brasileiro está mais ativo, mas também mais consciente. Ele busca participar da emoção do jogo em tempo real sem perder o controle financeiro.”
O estudo aponta ainda que o ciclo de vida do usuário se fortaleceu. As pessoas permanecem ativas por mais tempo e exploram diferentes categorias — como cassino, esportes, e-sports e fantasy. A entrada de grandes marcas no país impulsionou a confiança: a retenção após o primeiro depósito cresceu 6% e o tempo entre o registro e a primeira aposta caiu 11%, sinalizando maior familiaridade com o produto.
A regulação e a maior exposição do setor na mídia tradicional também contribuíram para essa estabilidade. No entanto, segundo Luz, a regulamentação é só o começo:
“A regulação traz legitimidade, mas é a experiência — fluidez, estabilidade e suporte — que sustenta a confiança a longo prazo.”
Entre os achados mais interessantes, o estudo destaca o papel da aposta como parte da experiência esportiva. Durante jogos ao vivo, cresce o volume de apostas, mas o ticket médio permanece estável. Isso indica que o usuário participa do jogo com envolvimento emocional, e não apenas com ambição financeira.
Hoje, explica Luz, a aposta virou a ‘segunda tela’: o torcedor assiste ao jogo, comenta nas redes sociais e aposta simultaneamente. Fora dos grandes eventos, o tempo de navegação permanece alto graças a conteúdos como estatísticas, simulações e análises de performance, reforçando o caráter contínuo de entretenimento.
O uso de dados também ganhou protagonismo. Modelos analíticos conseguem identificar mudanças sutis no comportamento do usuário — como variação no tempo de sessão, depósitos e saques — permitindo ações preventivas.
Isso ajuda as plataformas a reforçar práticas de jogo responsável, ajustar limites e evitar experiências frustrantes, aumentando a fidelização.
Para Luz, essa abordagem é mais do que tendência:
“O uso ético dos dados gera segurança, fideliza o usuário e sustenta o crescimento do setor. Não é só exigência regulatória — é vantagem competitiva.”
Mercados maduros como Reino Unido e Estados Unidos já avançaram nessa integração entre dados de transação, comportamento e compliance, caminho que o Brasil começa a seguir. Transparência e automação, segundo o executivo, não freiam o setor — elas impulsionam seu crescimento sustentável.
Com o público mais consciente, marcas mais confiáveis e tecnologia a favor da experiência, o mercado brasileiro de iGaming entra em uma fase decisiva de consolidação. A pergunta agora é: o Brasil seguirá o mesmo caminho dos países mais avançados e se tornará uma potência global em apostas? A discussão promete movimentar o setor — e dividir opiniões.



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