Arthur Lira critica proposta de aumentar impostos das bets antes de combater mercado ilegal

Em entrevista nesta terça-feira, Arthur Lira afirmou que o governo deveria priorizar o combate às casas de apostas ilegais antes de elevar impostos sobre as plataformas regulamentadas. O deputado criticou propostas em tramitação e lembrou que metade do setor opera na irregularidade.

O deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, voltou a colocar o mercado de apostas esportivas no centro do debate tributário. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, ele defendeu que o governo federal foque primeiro na repressão às bets ilegais antes de discutir qualquer aumento de taxação sobre as empresas que operam dentro das regras.

Segundo Lira, a tentativa de extinguir ou restringir o setor não é viável, já que o público migraria imediatamente para plataformas clandestinas. “As bets são inevitáveis. Não adianta o governo dizer: ‘vou acabar com as bets’. O cidadão vai jogar na irregular, na ilegal, na estrangeira. Então acho que o primeiro passo é o governo ir atrás das bets ilegais, que não recolhem, que fazem lavagem de dinheiro com fintechs”, afirmou.

O deputado reforçou ainda que a desigualdade na arrecadação torna injusta a ideia de elevar impostos apenas para as empresas regulamentadas. “A partir disso, temos sim que ver quem paga menos ou mais. Agora, se metade do setor paga e metade é ilegal, é justo que você aumente o imposto da metade que trabalha correto? É muito fácil no momento pré-eleitoral dizer o que todo mundo quer ouvir”, completou.

A declaração ocorre após o governo tentar elevar a tributação das casas de apostas pela medida provisória 1.303 — rejeitada pelo Congresso. O texto previa o aumento da taxa sobre o lucro das bets de 12% para 18%. Outras propostas ainda em tramitação defendem subir a alíquota para 24%, mantendo o tema em alta no Parlamento.

Lira participou do debate em São Paulo, durante um encontro promovido pelo setor de eventos. Na ocasião, ele foi homenageado por sua atuação em defesa do Perse, o benefício fiscal criado para ajudar o segmento durante a pandemia e que chegou ao fim neste ano.

Com o avanço de novos projetos e a pressão do setor, o impasse sobre a taxação das bets promete ganhar força nas próximas semanas. A disputa agora é clara: antes de arrecadar mais, o governo deve conseguir controlar o mercado ilegal? A discussão segue aberta e longe de um consenso.