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Atendimentos por vício em apostas crescem 206% em três anos, mas plano de prevenção do governo segue parado

Explosão nos casos expõe urgência de políticas públicas enquanto mercado de bets continua em expansão.

Um levantamento nacional revelou que os atendimentos relacionados ao vício em apostas cresceram 206% nos últimos três anos no Brasil. O aumento expressivo acontece em paralelo à explosão do mercado de bets no país, que atrai milhões de novos usuários e movimenta cifras bilionárias. Apesar do avanço preocupante dos casos, o plano de prevenção do governo federal, anunciado como prioridade, ainda não saiu do papel.

O crescimento dos atendimentos mostra que cada vez mais brasileiros buscam ajuda para lidar com problemas causados pelo jogo descontrolado, incluindo endividamento, perda de vínculos familiares e impactos na saúde mental. Profissionais que atuam na área alertam que o perfil dos afetados é variado, indo desde jovens atraídos pela publicidade massiva até adultos que enxergam nas apostas uma forma de complementar a renda.

O governo havia prometido um programa estruturado para conscientização, prevenção e tratamento do vício em apostas, mas, até agora, as iniciativas seguem engavetadas. Especialistas apontam que a demora coloca em risco não apenas os jogadores em situação de vulnerabilidade, mas também a credibilidade do mercado regulado, que precisa ser associado a práticas de jogo responsável.

Enquanto isso, casas de apostas continuam investindo pesado em marketing esportivo e digital, ampliando sua visibilidade em todo o país. A ausência de campanhas públicas de prevenção cria um cenário de desequilíbrio, no qual o estímulo ao jogo cresce muito mais rápido do que a rede de apoio para quem precisa de ajuda.

Para o setor de iGaming, o dado serve como um alerta vermelho: a sustentabilidade do mercado depende de equilíbrio entre expansão e responsabilidade social. A questão que fica é se o governo e as próprias operadoras vão agir a tempo de conter o problema ou se a tendência de crescimento dos casos de vício continuará em ritmo acelerado. Afinal, quando o jogo deixa de ser entretenimento e se torna um risco de saúde pública, o impacto recai sobre toda a sociedade.

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