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Bancos e fintechs fecham 483 contas por suspeita de ligação com apostas ilegais no Brasil

Instituições financeiras brasileiras encerraram 483 contas, de pessoas físicas e jurídicas, após identificarem indícios de ligação com o mercado ilegal de apostas. A medida segue uma diretriz da Secretaria de Prêmios e Apostas, que determinou o rompimento de relações com clientes envolvidos em plataformas não regulamentadas. Os dados foram obtidos pela Pay4Fun por meio da Lei de Acesso à Informação junto ao Ministério da Fazenda.

Um movimento inédito no sistema financeiro brasileiro chamou atenção nos últimos meses. Bancos e fintechs encerraram, ao todo, 483 contas por suspeita de envolvimento com o mercado ilegal de apostas. A ação representa um avanço nas iniciativas de monitoramento de transações financeiras associadas a sites de jogos que operam fora das regras estabelecidas pelo Banco Central e pela legislação de apostas do país.

As contas foram bloqueadas após análises apontarem movimentações atípicas e possíveis indícios de lavagem de dinheiro, fator que elevou o nível de alerta das instituições financeiras. O objetivo principal é dificultar a atuação de plataformas clandestinas ao impedir que utilizem o sistema bancário formal para operar, receber pagamentos ou distribuir valores.

Essas medidas seguem uma diretriz definida em março deste ano pela Secretaria de Prêmios e Apostas. Na ocasião, o órgão determinou que bancos e fintechs passassem a encerrar o relacionamento com clientes que recebessem valores provenientes de apostas ilegais. A norma também estabeleceu procedimentos para fortalecer a cooperação entre instituições financeiras e o poder público, incluindo a necessidade de comunicação rápida de transações suspeitas e o bloqueio imediato de operações consideradas irregulares.

Os dados divulgados foram obtidos pela Pay4Fun, empresa do setor de pagamentos, por meio de um pedido baseado na Lei de Acesso à Informação encaminhado ao Ministério da Fazenda. O levantamento revela não apenas a dimensão do problema, mas também o esforço coordenado para aumentar o controle sobre movimentações financeiras ligadas a práticas ilegais no ambiente digital.

Leonardo Baptista, CEO e cofundador da Pay4Fun, reforçou a importância da união entre instituições financeiras, reguladores e autoridades no combate a esse tipo de irregularidade. Segundo ele, a exclusão dos operadores ilegais do sistema financeiro é um passo essencial para impedir a sustentação dessas atividades. Ele destacou que os meios de pagamento são peças-chave dentro de um ecossistema regulado e que, sem acesso a eles, as operações clandestinas tornam-se inviáveis.

Baptista também explicou que um dos principais alertas para identificar uma plataforma irregular está no domínio do site. Desde janeiro de 2025, apenas plataformas que utilizam o domínio “.bet.br” estão autorizadas a operar no Brasil. Sites que utilizam domínios internacionais, oferecem métodos de pagamento proibidos, não exigem verificação de identidade dos usuários ou veiculam campanhas que prometem lucro garantido são considerados fortes indicativos de irregularidade e, portanto, entram no radar das autoridades e das instituições financeiras.

Com a intensificação do monitoramento, a expectativa é que novas contas ainda sejam analisadas e, se necessário, encerradas, ampliando o cerco contra empresas e indivíduos que tentam burlar a regulamentação do mercado de apostas no país.

O fechamento de 483 contas marca um passo firme no combate às apostas ilegais no Brasil e reforça o papel do sistema financeiro como aliado na fiscalização. Mas a pergunta que fica é: esse número representa apenas o começo de uma grande limpeza ou ainda há muito a ser descoberto nos bastidores do mercado clandestino? Deixe sua opinião e compartilhe esta matéria para ampliar o debate.

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