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Brasileiros apostam pouco, mas frequentemente: 71% gastam até R$ 50 por jogada em sites de bets

Levantamento mostra que maioria dos apostadores prefere valores baixos, mas as jogadas acima de R$ 100 movimentam 80% do dinheiro no setor

A maioria dos brasileiros que usam plataformas de apostas esportivas gasta pouco em cada jogada. Segundo levantamento da empresa de tecnologia Paag, 71% dos usuários investem até R$ 50 por aposta, enquanto quatro em cada dez jogadas não ultrapassam R$ 20. Os dados, divulgados em nota do Painel da Folha de S.Paulo, fazem parte do Relatório de Visão do Mercado do 3º trimestre de 2025.

O estudo foi elaborado a partir de transações processadas entre julho e setembro por plataformas que utilizam os serviços da Paag como meio de pagamento. A empresa afirma atender cerca de 30% do mercado brasileiro de apostas esportivas, o que dá uma amostra significativa sobre o comportamento dos apostadores no país.

A pesquisa revela que as jogadas mais caras ocorrem principalmente na primeira quinzena do mês, período em que muitos apostadores recebem salário e têm maior disponibilidade financeira. Já a segunda quinzena concentra o maior número de apostas, especialmente entre os dias 16 e 23, mas com valores menores.

Apesar de a maioria das apostas custar até R$ 50, o dinheiro que circula nas plataformas vem majoritariamente das jogadas de maior valor. Apenas 20% das transações acima de R$ 100 respondem por 80% de todo o montante movimentado. Em contraste, as apostas de até R$ 20 representam só 7,3% do volume financeiro total.

O perfil típico do apostador brasileiro é formado por pessoas entre 25 e 49 anos, faixa etária responsável por 76% das jogadas. O público mais velho, acima dos 65 anos, participa com menos de 1% das transações, mas tende a realizar apostas de valor individual mais alto.

Em termos regionais, São Paulo lidera com 25% de todas as jogadas realizadas no país. Em seguida aparecem Bahia e Sergipe, com cerca de 17 mil apostas a cada 100 mil habitantes, destacando o crescimento da prática também fora do eixo Sul-Sudeste.

O levantamento também identificou que o horário noturno, entre 18h e 23h, é o preferido dos apostadores período em que ocorrem 38% das transações. Já pela manhã, entre 6h e 11h, as apostas tendem a ter maior valor médio, embora em menor volume.

Os dados indicam que o apostador brasileiro aposta com moderação, mas em alta frequência. Enquanto os valores individuais permanecem baixos, o volume total de transações revela a força do setor, que movimenta bilhões mesmo com tíquetes modestos. A pesquisa reforça que, no país das microapostas, o jogo pode até ser pequeno — mas o mercado, definitivamente, não é brincadeira.

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