Brasileiros gastam mais com apostas do que com seguros, e o setor segurador reage
Com mais de R$ 9 bilhões movimentados por sites de apostas em 2023, indústria de seguros vê necessidade urgente de reconquistar a atenção do consumidor.
Em 2023, os brasileiros desembolsaram mais que o dobro em apostas online do que com seguros tradicionais — e esse dado acendeu um alerta no mercado segurador. Enquanto as bets movimentaram R$ 9,3 bilhões, o setor de seguros viu apenas R$ 4,8 bilhões em prêmios de seguros patrimoniais e de responsabilidade civil. O contraste gerou reações imediatas.
O dado foi apresentado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) durante o 13º Fórum Internacional da Longevidade, realizado em São Paulo no dia 9 de maio de 2025. O evento reuniu representantes do setor para debater o desafio de despertar o interesse da população em proteger seu patrimônio — num cenário em que o entretenimento com apostas tem ganhado cada vez mais espaço (e dinheiro).
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, não poupou palavras ao tratar da situação. Segundo ele, o fato de o brasileiro gastar mais com casas de apostas do que com proteção financeira básica evidencia uma mudança de comportamento preocupante. “É natural que o entretenimento tenha seu espaço, mas é preciso equilíbrio. O seguro é uma ferramenta essencial para a estabilidade de famílias e empresas”, afirmou.
A tendência coloca o mercado segurador em alerta — e também em movimento. A CNseg já sinaliza que pretende investir em campanhas educativas para mostrar à população que proteção também pode ser acessível, personalizada e relevante. O desafio é, justamente, transformar um produto visto como técnico e burocrático em algo desejável diante do apelo imediato e emocional das apostas online.
Enquanto isso, o setor de apostas esportivas e jogos online segue crescendo no Brasil, impulsionado pela popularização dos influenciadores, pelo avanço da regulamentação e pelo fácil acesso via smartphone. Para muitos, apostar já virou parte da rotina, especialmente entre os mais jovens, o que aumenta a responsabilidade dos setores envolvidos em promover consumo consciente — tanto de entretenimento quanto de proteção financeira.
Afinal, o que leva o brasileiro a preferir apostar no inesperado do que se proteger do imprevisto? O dado não apenas mostra uma mudança de prioridades, mas também convida os setores a pensarem juntos: como equilibrar diversão e segurança na era digital? A disputa pelo bolso — e pela atenção — do consumidor está só começando. E você, aposta ou se previne?
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