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Explosão das Bets: Influenciadores Atraem Seguidores com Promessa de Ensinar “Estratégia Baseada em Probabilidade”

Especialistas alertam para os riscos de apostas excessivas e questionam a eficácia real desses métodos.

Nos últimos meses, plataformas como Instagram, TikTok e YouTube têm sido invadidas por uma onda de influenciadores de apostas (ou bets), que prometem ensinar estratégias matemáticas e probabilísticas para “ganhar dinheiro fácil” em casas de apostas esportivas. Com discursos sedutores e supostos prints de lucros altos, esses criadores de conteúdo acumulam milhares de seguidores, mas especialistas em estatística e psicologia alertam: não existe fórmula mágica para vencer no jogo.

A Promessa do “Método Científico”

Vídeos com títulos como “Como Ganhar nas Bets Usando Probabilidade” ou “Estratégia Matemática para Lucrar em Apostas” viralizam entre jovens, muitos atraídos pela possibilidade de complementar a renda. Alguns influenciadores vendem cursos, e-books ou grupos pagos com dicas exclusivas, alegando que suas técnicas são baseadas em análise estatística.

— *”Não é sorte, é cálculo. Ensino a identificar *value bets* (apostas com valor positivo) usando probabilidade real dos eventos”*, diz um famoso criador de conteúdo, que tem mais de 200 mil seguidores.

O Lado Obscuro: Riscos e Dependência

Por trás do marketing persuasivo, porém, estão relatos de perdas financeiras graves. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que mais de 60% dos apostadores recreativos acabam desenvolvendo comportamentos problemáticos, como dívidas e vício.

“A ideia de que existe uma ‘estratégia infalível’ é uma ilusão perigosa. As casas de apostas sempre têm vantagem matemática (house edge), e nenhum método anula isso”, explica Carlos Alberto, doutor em Estatística.

Além disso, a Agência Nacional de Apostas (ANAP) tem recebido denúncias de propaganda enganosa, com influenciadores omitindo que seus ganhos são eventuais e não garantidos.

Regulamentação e Conscientização

Com o crescimento do mercado de apostas no Brasil – que movimentou R$ 7 bilhões em 2023 –, especialistas defendem maior fiscalização sobre a publicidade desses conteúdos.

“Muitos jovens entram nesse mundo sem entender os riscos. É preciso alertar que apostar não é investimento, e sim entretenimento de alto risco”, diz Mariana Fernandes, psicóloga especialista em dependência.

Enquanto a discussão avança, a pergunta que fica é: vale a pena confiar em estratégias vendidas como certeiras, ou será que a única certeza é o lucro das casas de apostas?

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