Frente Parlamentar contra jogos de azar inicia trabalhos no Senado
A Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar realizou nesta quarta-feira (17) sua primeira reunião no Senado Federal. O senador Humberto Costa foi eleito presidente do colegiado, enquanto Eduardo Girão assumiu a vice-presidência, segundo registro da Agência Senado.
A frente parlamentar nasce com o objetivo de promover debates e articular iniciativas que desestimulem a prática dos jogos de azar no país, além de combater os impactos sociais associados a esse tipo de atividade.
Durante a reunião inaugural, Humberto Costa afirmou que a expansão das apostas e dos jogos de azar no Brasil tem provocado consequências graves para milhares de famílias, com reflexos diretos no patrimônio financeiro e na saúde mental da população. Segundo ele, os efeitos negativos vão muito além do aspecto econômico.
O senador relatou que situações de endividamento, desestruturação familiar e sofrimento psicológico têm se tornado cada vez mais comuns. De acordo com Costa, há casos em que a dependência em jogos leva pessoas a pedir dinheiro emprestado de forma recorrente, perder bens acumulados ao longo da vida e enfrentar conflitos familiares profundos, com registros extremos de violência e até suicídios.
Para Eduardo Girão, o combate aos jogos de azar deve ser tratado como uma emergência nacional. O parlamentar destacou o crescimento acelerado das apostas on-line, conhecidas como bets, e avaliou que o tema exige resposta firme do Poder Legislativo.
Na avaliação de Girão, a sociedade começa a perceber com mais clareza a gravidade do problema, o que reforça a necessidade de atuação coordenada do Congresso. Ele afirmou que a frente pretende manter uma agenda ativa mesmo em um cenário político desafiador, marcado pelo calendário eleitoral de 2026.
Durante o encontro, Eduardo Girão também criticou o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, além de legalizar o jogo do bicho e permitir apostas em corridas de cavalos. Para o senador, há forte pressão de grupos interessados na liberação dessas atividades.
Segundo Girão, a tentativa de ampliar o mercado de jogos de azar ocorre em paralelo ao crescimento das bets, o que, na visão dele, agrava ainda mais os riscos sociais. O parlamentar avaliou que a criação da frente ocorre em um momento decisivo, justamente quando propostas de ampliação do setor avançam no Congresso.
O projeto citado teve origem na Câmara dos Deputados e, no ano passado, recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A partir de agora, a Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar pretende intensificar o debate público e parlamentar sobre o tema, buscando frear novas iniciativas de liberação dos jogos no país.



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