Governo cria grupo para combater manipulação de resultados no esporte

O Governo Federal anunciou a criação de um Grupo de Trabalho interministerial para elaborar a Política Nacional de Combate à Manipulação de Resultados Esportivos. A iniciativa, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (9), reúne os ministérios do Esporte, da Fazenda e da Justiça e Segurança Pública, além da Polícia Federal, em uma estratégia conjunta para proteger a integridade das competições.

Coordenado por Giovanni Rocco Neto, secretário nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico do Esporte, o colegiado terá duração inicial de 180 dias, com possibilidade de prorrogação. A proposta é desenvolver medidas integradas de prevenção, fiscalização e punição de práticas ilícitas que colocam em risco a credibilidade do esporte e a proteção dos atletas.

O grupo trabalhará com diretrizes baseadas em padrões internacionais, incluindo mecanismos de detecção de fraudes, investigação e responsabilização dos envolvidos. Também está prevista a criação de um fluxo integrado para recebimento de denúncias, evitando sobreposição de instâncias e fortalecendo a cooperação entre órgãos nacionais e internacionais.

De acordo com o ministro do Esporte, André Fufuca, a medida é urgente diante do avanço de casos que envolvem organizações criminosas, lavagem de dinheiro e corrupção. A primeira entrega concreta será um encontro técnico nacional no fim de setembro, voltado à capacitação de delegados das Polícias Civis e da Polícia Federal para enfrentar esquemas de manipulação de resultados.

A composição do colegiado inclui representantes de diversas secretarias ligadas aos três ministérios e à Polícia Federal. Desde junho, os integrantes já realizam encontros técnicos e traçam estratégias para cumprir o cronograma de atividades. As reuniões ocorrerão duas vezes por mês, com caráter de serviço público relevante e sem remuneração.

Ao final do prazo, o grupo apresentará um relatório com os resultados alcançados aos ministros André Fufuca (Esporte), Fernando Haddad (Fazenda) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), que assinam a portaria.

Com a criação da política nacional, o governo busca responder a uma preocupação crescente: como garantir a integridade das competições em meio ao crescimento das apostas esportivas no Brasil. A pergunta que fica é se essa iniciativa será suficiente para virar o jogo contra a manipulação de resultados.