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IBJR defende regulamentação das bets como arma contra o mercado clandestino

O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), que reúne as principais empresas de apostas esportivas reguladas do país, voltou a defender a importância da regulamentação do setor para combater o mercado clandestino. A manifestação ocorreu após declarações críticas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), feitas durante o 15º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, realizado nesta quarta-feira (22), em São Paulo.

No evento, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou que “o Estado errou a mão ao legalizar os jogos”, mas reconheceu que a legalização já é uma realidade. Segundo ele, o papel das instituições financeiras é manter “vigilância absoluta e total intransigência com recursos de risco em jogos de apostas”.

Em resposta, André Gelfi, presidente interino do IBJR, ressaltou que a regulamentação foi um avanço essencial para dar visibilidade ao mercado e permitir o enfrentamento de práticas ilegais. “Esse mercado sempre existiu. [A regulamentação] trouxe visibilidade ao mercado e aos problemas. Graças às bets, hoje a gente está discutindo melhorias também no sistema interno dos controles”, destacou.

Gelfi enfatizou que sufocar o mercado regulado pode ter o efeito oposto ao pretendido, fortalecendo o ambiente ilegal. “Quando você asfixia o mercado regulado, a alternativa para o apostador, que não vai deixar de apostar, é digitar ‘.com’ em vez de ‘.bet’ e ‘.br’. A concorrência é o mercado clandestino, que está a um clique de distância”, afirmou.

O dirigente defendeu ainda uma fiscalização mais rigorosa e articulada entre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Banco Central (BC) e a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), para coibir irregularidades no sistema financeiro. Ele também apontou o Pix como o principal meio de pagamento utilizado em apostas ilegais. “O apostador não consegue depositar num site clandestino sem passar pelo sistema financeiro, porque ele faz isso via Pix”, explicou.

A fala do IBJR reforça o debate sobre a importância de equilibrar regulação, segurança e competitividade. Enquanto parte do setor financeiro teme riscos de lavagem de dinheiro, especialistas e operadores afirmam que um ambiente regulado e fiscalizado é a melhor forma de proteger tanto o consumidor quanto a integridade do sistema econômico.

O embate entre bancos e o setor de apostas expõe um ponto central: o desafio de manter o controle sem inviabilizar um mercado que, legalizado, pode gerar empregos, arrecadação e transparência.

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