Influenciadores na mira: CPI das Apostas pede indiciamento de 14 nomes e propõe endurecer leis

Relatório final inclui criadores de conteúdo entre os suspeitos de envolvimento em esquemas de apostas e traz novas propostas para regular o setor.

O cerco está se fechando para quem lucra de forma irregular no universo das apostas. A CPI das Apostas Esportivas encerrou seus trabalhos no Senado nesta segunda-feira (10/06) com um relatório contundente: o documento pede o indiciamento de 14 pessoas, a maioria influenciadores digitais, acusados de participar ou promover esquemas fraudulentos relacionados às apostas esportivas.

O texto foi apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, e revela que o foco da investigação se expandiu muito além dos gramados. Os indiciados são, em sua maioria, criadores de conteúdo que teriam incentivado ou facilitado o uso de informações privilegiadas para fraudar resultados ou enganar apostadores. Os crimes atribuídos a eles vão de associação criminosa a estelionato e lavagem de dinheiro.

Segundo a senadora, os influenciadores usavam seu alcance nas redes sociais para atrair seguidores a apostas manipuladas, prometendo ganhos fáceis e, muitas vezes, omitindo os riscos envolvidos. Em alguns casos, eles estariam diretamente ligados a grupos que operavam esquemas de manipulação de resultados, o que levanta preocupações sobre a vulnerabilidade de apostadores — especialmente jovens — frente a esse tipo de conteúdo.

O relatório também apresenta propostas legislativas importantes. Uma delas é a criação de uma Autoridade Nacional de Integridade no Esporte, com poder para investigar irregularidades nas apostas e garantir maior transparência no setor. Outra sugestão é tornar crime a manipulação de apostas, com penas mais severas, e ampliar a responsabilidade de plataformas que hospedam conteúdos ligados a jogos de azar.

A CPI foi instalada em 2023 após denúncias de manipulação em partidas de futebol. Mas ao longo dos meses, o foco se deslocou das quatro linhas para o ambiente virtual, onde influenciadores passaram a ser protagonistas das investigações. Com o crescimento explosivo das apostas online no Brasil, o ambiente digital tornou-se o novo campo de batalha entre legalidade e oportunismo.

Agora, o relatório segue para o Ministério Público e outras autoridades competentes, que decidirão se os indiciamentos serão levados adiante. Enquanto isso, no Congresso, as propostas legislativas devem esquentar os debates nos próximos meses.

Será esse o início de uma nova era de responsabilidade digital no universo das bets? O papel dos influenciadores deve ser mais fiscalizado? Comente sua opinião e continue acompanhando tudo sobre o mundo das apostas aqui no blog.