Mais de 18 mil sites de apostas irregulares são retirados do ar no Brasil
Desde outubro de 2024, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) derrubou mais de 18 mil sites de empresas de apostas irregulares, segundo novo balanço divulgado ao Metrópoles. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram retirados 15 mil domínios ilegais, enquanto 78 empresas já estão autorizadas a operar no país.
O bloqueio é resultado do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA-MF) e a Anatel, vigente desde 9 de outubro de 2024, com o objetivo de acelerar a remoção de sites que oferecem apostas de quota fixa de forma ilegal.
Apesar do avanço, interlocutores afirmam que apenas derrubar domínios não é suficiente, pois essas empresas podem criar novas páginas rapidamente. Por isso, a SPA atua em três frentes:
- Derrubada de sites ilegais, em parceria com a Anatel;
- Combate à ilegalidade, interrompendo o fluxo financeiro de bets ilegais e fornecendo informações à Polícia Federal e ao Banco Central;
- Monitoramento publicitário, fiscalizando conteúdos de apostas irregulares em parceria com grandes empresas de tecnologia, dentro do Conselho Digital do Brasil.
No primeiro semestre de 2025, 24 instituições financeiras e de pagamento registraram 277 comunicações e encerraram 255 contas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com apostas ilegais. A SPA também notificou 13 instituições de pagamento, encerrando as contas de 45 empresas irregulares.
Entre as bets autorizadas, a receita bruta total (GGR) foi de R$ 17,4 bilhões, representando o valor apostado menos os prêmios pagos. A média de gasto por apostador ativo é de R$ 983 por semestre (cerca de R$ 164 por mês). Até o momento, 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas em sites e aplicativos das 182 empresas regulamentadas pela SPA. Para conferir a lista de plataformas legais, acesse o site da SPA.
Regulamentação e saúde mental
Fontes do governo destacam que a regulamentação ajuda a reduzir problemas relacionados ao jogo, ao restringir a atividade e permitir comunicação sobre os riscos. Entre as ações em andamento:
- Ministério da Saúde e Fiocruz criam cursos voltados ao atendimento de pessoas com problemas de jogo no SUS;
- Mecanismo de autoexclusão centralizada, permitindo que apostadores saiam de todas as casas de aposta ao mesmo tempo, via site do Ministério da Fazenda;
- Ferramenta de endividamento, desenvolvida pelo Banco Central e Febraban, funcionando como autoteste da saúde financeira dos apostadores.
A regulamentação do setor busca garantir entretenimento seguro, proteção dos apostadores e controle do mercado ilegal, combinando fiscalização, educação e ferramentas de prevenção.
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