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Operação Desfortuna sacode mundo das apostas ilegais

Ação policial mira influenciadores e esquemas milionários de jogos online proibidos no Brasil.

Deflagrada simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais no dia 7 de agosto de 2025, a Operação Desfortuna, conduzida pela Polícia Civil do Rio, teve como alvo um esquema milionário de jogos de azar online. Ao todo, 15 influenciadores digitais foram apontados como divulgadores do chamado “Jogo do Tigrinho”, prática proibida no país, e são investigados por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Segundo a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), os investigados usavam as redes sociais para atrair seguidores com promessas de ganhos rápidos, direcionando-os a plataformas ilegais. Paralelamente, ostentavam carros de luxo, viagens internacionais e imóveis de alto valor, sinais de um padrão de vida incompatível com as rendas declaradas.

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontam movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 4 bilhões, evidenciando a escala do esquema. A ação contou com o apoio do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), reforçando a estratégia de descapitalizar as organizações criminosas envolvidas.

Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de veículos de alto padrão, joias, equipamentos eletrônicos e documentos. Um dos alvos, o influenciador conhecido como Maumau, foi preso após a polícia encontrar uma arma em sua residência.

A Operação Desfortuna é vista como um movimento importante no combate ao jogo clandestino no Brasil. Além de atingir diretamente figuras que promovem plataformas ilegais, a ação reforça o recado de que o setor está sob vigilância constante e que práticas fora da lei terão resposta rápida.

O impacto dessa ofensiva pode ir além da repressão imediata, abrindo espaço para ampliar o debate sobre a importância da regulamentação e fiscalização das apostas no país. A pergunta que fica é: essa operação será um ponto de virada contra o mercado ilegal ou apenas mais um capítulo na disputa entre o jogo clandestino e o regulamentado?

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