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Tailândia debate legalização de cassinos, mas população resiste à ideia

Mesmo com potencial bilionário e apoio parlamentar, proposta enfrenta rejeição popular e acende polêmica no país asiático.

O projeto para legalizar cassinos na Tailândia está avançando no parlamento, mas enfrenta forte resistência da população. Apesar do otimismo do governo e de parlamentares que enxergam na legalização uma oportunidade de gerar bilhões em receitas, grande parte dos tailandeses ainda se mostra contrária à medida.

O tema ganhou força em abril, quando uma comissão parlamentar da Câmara dos Representantes apresentou oficialmente um relatório recomendando a criação de “complexos de entretenimento integrados” — que incluiriam hotéis, shopping centers e, claro, cassinos. A proposta é transformar o setor em uma nova fonte de arrecadação e turismo, aproveitando o modelo bem-sucedido adotado em países como Singapura e Filipinas.

O relatório foi bem recebido no Parlamento tailandês, com ampla maioria a favor. Dos 257 deputados que participaram da votação, 253 apoiaram a iniciativa. Mas, fora do ambiente político, o cenário é bem diferente. Uma pesquisa feita pelo NIDA Poll, instituto nacional de pesquisa de opinião, revelou que 56% da população tailandesa é contra a legalização dos cassinos.

Entre os principais argumentos dos opositores estão o temor pelo aumento da criminalidade, do vício em jogos e das dívidas familiares. Apesar disso, cerca de 39% dos entrevistados se disseram favoráveis à proposta, especialmente se houver regulamentação rígida e controle do governo. Já 4,7% não souberam opinar.

A discussão também inclui quem poderia operar os cassinos. Mais da metade dos entrevistados acredita que a exploração deveria ficar nas mãos de empresas tailandesas, enquanto pouco mais de 24% se mostram favoráveis à participação estrangeira. Além disso, 35% defendem que tailandeses sejam autorizados a jogar, enquanto 34% acham que apenas estrangeiros deveriam ter acesso aos jogos.

Para os defensores do projeto, a regulamentação poderia ser uma ferramenta eficaz para controlar um mercado que já existe de forma ilegal. Estimativas apontam que milhões de dólares são movimentados anualmente em apostas clandestinas no país — e a legalização poderia não apenas gerar arrecadação, mas também emprego e investimentos no setor turístico.

Ainda assim, o desafio está lançado: como convencer uma população majoritariamente conservadora de que os benefícios superam os riscos? O Parlamento já se posicionou, mas a verdadeira batalha será conquistar a confiança dos cidadãos.

Será que a Tailândia está pronta para entrar de vez no mapa global dos cassinos? O tempo — e a opinião pública — dirão.

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